ECONOMIA Por EDUARDO GUERINI
Confiscos Temerosos na Republiqueta
“O mercado pode permanecer irracional por mais tempo do que você pode se manter solvente” John Maynard Keynes
Novamente o Brasil assiste a derrocada das expectativas do mercado internacional diante da insolvência pública e os reiterados déficits nominais. Enquanto o governo Temer e sua equipe econômica “batem bumbo” com a queda da inflação em 2017 ao custo de uma recessão profunda, os dados conjunturais alimentados pelos analistas financeiros apontam para uma retomada lenta e gradual do crescimento econômico, sem contudo, permitir uma perspectiva de melhoria no emprego e renda.
A equipe econômica aposta na agenda de reformas conservadoras, alinhadas tal como a reforma trabalhista com retirada de direitos sociais, significativa insegurança jurídica, com possibilidade de demissões para @s trabalhador@s que ainda vivem sob a égide da legislação trabalhista anterior, segundo governo e empresários, ultrapassada. De fato, o entendimento do TST, admitindo demissões em massa para recontratação na modalidade de trabalho intermitente, e, nas condições da nova legislação configuraram no final de 2017, em confisco sem precedentes das garantias da Constituição Cidadã de 1988.
Para os trabalhadores assalariados, o confisco devido à ausência de correção nos últimos três anos da tabela do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), que acumula um defasagem média de 88%, considerando apenas o nível inflacionário do período, é demonstração cabal de indireta majoração tributária que recai sobre os assalariados em geral, um confisco sem precedentes na história tributária que passou dos governos neoliberais de FHC ao governo progressista de Lula e Dilma, acabando na lógica calamitosa da ortodoxia monetarista de Temer e sua equipe.
Não bastasse os temerosos assaltos aos direitos sociais e salários dos trabalhadores, o governo coloca em marcha uma engenhosa ação de publicidade governamental em favor da Reforma da Previdência, com um slogan indigesto de retirada de “privilégios”, para evitar um rombo fiscal com impossibilidade futura de pagamento das pensões e aposentadorias. O ataque a seguridade social previsto na Constituição de 1988, conta com o apoio de comentaristas políticos e econômicas da mídia nacional. Um novo confisco de direitos, não mais no presente, mas para o futuro da maioria d@s trabalhador@s assalariad@s. Apesar dos desmentidos oficiais, a proposta de alteração na idade mínima, no tempo de contribuição, provocará alterações substanciais que afetará a renda dos beneficiários dos aposentados, ou melhor, daqueles que alcançarem tal benefício numa sociedade, onde a maioria da população está desempregada, informalizada e precarizada.
Enquanto o governo e mídia seguem a lógica de regurgitar sem parar a necessidade da reforma, com notícias alarmistas e temerosas, as centrais sindicais e o movimento sindical assiste como numa arena romana, os trabalhadores serem devorados como os cristãos pelas feras. Vivemos um confisco temeroso sem precedentes um “damnatio ad bestias”, no caso brasileiro. Os agentes de mercado e políticos corruptos nos condenando a vida futura na sarjeta, sem direitos ou assistência, com o silêncio e omissão de centrais que seguem perdidas na construção de uma agenda para o futuro do Brasil. Desalentados e desesperançados, os brasileiros rogam aos céus diante de sua incapacidade de reagir a tantos infortúnios!!
Nhá Chica rogai por nós!!!