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ECONOMIA
Por EDUARDO GUERINI
Que Ponte? Qual Futuro?
Este programa destina-se a preservar a economia brasileira e tornar viável o seu desenvolvimento, devolvendo ao Estado a capacidade de executar políticas sociais que combatam efetivamente a pobreza e criem oportunidades para todos. Em busca deste horizonte nós nos propomos a buscar a união dos brasileiros de boa vontade. O país clama por pacificação, pois o aprofundamento das divisões e a disseminação do ódio e dos ressentimentos estão inviabilizando os consensos políticos sem os quais nossas crises se tornarão cada vez maiores. (Documento Base do PMDB, 2015)
A divulgação de nova série estatística da flutuação do emprego formal no Brasil, e, constatação da potencialização e velocidade do desemprego no Brasil. O resultado da PME – Pesquisa Mensal de Emprego (IBGE), indica uma taxa de 7,9% em outubro/2015, com elevação de 3,2 pontos percentuais em relação a 2014. Os dados do CAGED, na pesquisa do comportamento do emprego formal, os dados são assustadores, foram fechados aproximadamente 170.000 postos de trabalho, elevando o fechamento de vagas para 1.382.000, aproximadamente. É pior resultado mensal desde 1992!!!
A atual política macroeconômica brasileira diante do cenário caótico de crise fiscal do Estado, queda na atividade e redução de postos de trabalho, demonstra que o documento provocativo do encontro do PMDB, soa falso, visto que, os gestores ortodoxos nomeados pelo Governo Dilma Rousseff, do outrora combativo Partido dos Trabalhadores, são indutores para o objetivo principal que se persegue – a queda nos níveis inflacionários em patamares superiores a meta estabelecida 4, 5% ao ano. É inegável a perda do poder aquisitivo, com queda na demanda, indica que, trabalhadores desempregados atuam preventivamente na manutenção de um “mínimo existencial de sobrevivência”.
Embora o documento tenha seu foco no crescimento econômico sustentado para combater a pobreza e desigualdades sociais pela política ativa do Estado brasileiro na redistribuição da renda gerada, o perceptível para todos os trabalhadores no curto prazo, é a disseminação da insegurança com aprofundamento da crise econômica e reflexos sociais conexos. O famoso bordão de Lula – “Nunca na história desse País”, apontando os ganhos e formação de uma “nova classe média emergente”, naufragou na formação de uma “classe decadente, endividada e desempregada”. A tal ponte proposta pelo PMDB não tem cabeceiras e nem direção, é uma ponte com pilastras pantanosas. Existe algo surreal no documento – um sonho fantástico diante de uma realidade catastrófica.
A falta de ancoragem das propostas para um novo “ciclo de crescimento” são evidenciadas pelas reformas e propostas de “pauta bomba” que atacam a classe trabalhadora brasileira fragilizada pela recessão profunda que tomou conta do Brasil. O ajuste no mercado de trabalho não tem final feliz. Os dados indicam aprofundamento da recessão, do aperto monetário e elevação da carga fiscal para os trabalhadores. com retração nos ganhos do período de bonança na economia brasileira. Em 2015, teremos “o pior natal de todos os tempos” !!!
Para os economistas do Banco Central, em estudos sobre os três hiatos – desemprego, utilização da capacidade instalada e produto, existe uma evidência que a taxa de desemprego tem efeito significativo para baixar a inflação. Eis o legado que teremos nos próximos anos - “Elevação da Taxa de Desemprego para Redução da Inflação”. Para quem conhece a história de tais modelos, existe apenas uma classe que perderá – a classe trabalhadora.
A inabilidade política de nossos governantes denota a falta de sensibilidade social. Daí, para os trabalhadores e sindicalistas resta alguma esperança, fazer como os “estudantes secundaristas” do Estado de São Paulo, resistir e lutar para manutenção de um direito social mínimo. O retorno de mecanismos de pressão do momento social e sindical, especialmente, dará um toque de realidade para uma canalha política que insiste em pilhar os trabalhadores brasileiros, seja na bonança ou na crise.
Na falta de um CONSENSO POLÍTICO (a tal ponte do PMDB), pautado por um novo pacto social, não existe futuro !!!
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